
Os dentes de Lovane reluziam tanto quanto a lua cheia que a observava do céu, contrastando com a escuridão da pele da forasteira. Parecia que tudo e todos a estavam a mirar, contemplando a sua beleza e o seu sorriso de glória. Tinha acabado mais um dos seus pequenos “jogos”.
A Lua Cheia olhava-a com um brilho de assombro. Parecia pálida, com o horror do conhecimento do sucedido. Mesmo assim – ou até mesmo por isso – Lovane sorria; sorria de satisfação!
O vento que embatia contra o seu rosto, perplexamente perfeito, parecia sussurrar ao seu ouvido urras de vitória.
Lovane parou de correr, olhou para o céu e sorriu ainda mais, lembrando-se de cada uma das caras de horror das suas vítimas.
Quão estúpidos… todos eles!
Decidiu descansar um pouco. Não que estivesse cansada. Apenas queria parar e reflectir um pouco. Deitou-se na relva do parque vazio que estava ao seu lado e fixou o olhar no céu. Aquele céu de infinita escuridão…
Sentiu algo subir-lhe o pé descalço e sentou-se para ver o que era. Uma aranha inofensiva e minúscula explorava a pele negra de Lovane, tentando, talvez, arranjar refúgio. Lovane depressa se livrou dela, matando-a com apenas uma pancada na sua própria perna. Ao ver o corpo mutilado do pobre animal, memórias passadas invadiram a sua mente. Memórias da sua vida humana, mundana e sem interesse; e memórias da sua segunda vinda, sobrenatural e excitante.
Tudo acabou (e começou) num dia de Abril, há muitas luas atrás, quando Lovane estava sentada num parque, acompanhada pela sua música. Deitou-se na relva seca e quente, tentando dormitar um pouco. Quando finalmente ia a caminho do sono, sentiu uma sensação de picada ténue. Por instinto, Lovane levou a sua mão ao pescoço. Ouviu-se um enorme estalo, quando a mão colidiu com a frágil estrutura que suportava a beleza do seu rosto. Olhou para a sua mão negra e viu um ser – que nunca antes tinha visto – morto e, com repugnância, limpou a sua mão na relva. Respirando fundo e tentando tranquilizar-se, levantou-se. Uma dor sufocante penetrou o corpo da jovem, partindo do pescoço. A dor fê-la cair na relva e contrair-se violentamente. O veneno da criatura que Lovane matara há instantes percorria cada veia do seu corpo.
Horas de tortura se seguiram, e a pobre inocente continuava com os movimentos bruscos e dolorosos. Com tanto tempo de sofrimento, era de esperar que esta perdesse os sentidos, mas – para agonia da mesma – ela presenciava cada segundo da sua morte. Parecia não ter fim.
aí tu sabes que eu
ResponderEliminar'adoro , adoro , adoro ' (:
está awesome (:
lvu