Não sei. Não sei o que mais fazer. Que mais posso eu fazer para que possas perceber?
A minha mente é complexa. Tem visões, ilusões, alucinações. Vê coisas que não existem, cria coisas que não estão lá, afunda-me num buraco negro de emoções igualmente negras. No entanto, existe sempre uma mancha branca no meio do negrume, tal como uma estrela cadente no céu escuro da noite. Contudo, existe uma diferença entre a mancha branca e uma estrela cadente. A estrela cadente é um fenómeno natural, um efeito causado pela morte de uma estrela. Um flash de magia que desaparece tão depressa como apareceu. A mancha não é um fenómeno natural. A mancha não é morte alguma. A mancha não desaparece. A mancha é um raio de luz, uma abertura de esperança.
Tu és a mancha. És tu quem procuro quando o buraco negro que é a minha mente me engole. É a ti que vejo, és tu o meu raio de esperança. É a ti que me agarro para que a minha mente não me consuma. E, por mais estranho que pareça, não te tratas de uma estrela cadente que desaparece. Não me deixas.
Nunca te expliquei bem o que isso significa para mim. És tu quem me impede de ser consumido por mim próprio, és tu quem me protege. É a ti que procuro santuário. Tu és o meu santuário. O meu local sagrado, a parte mais íntima do coração, da alma.
Proteges-me da escuridão, independentemente do que esta me leve a dizer ou fazer. Nunca o faço por intenção, nunca te quis magoar. E sempre que o faço, acabo sempre desfeito em mil pedaços de vidro no chão, corruptos de sangue. Sangue meu. Sangue que derramo por te "desvalorizar".
Fazes-me perder a cabeça. Fazes-me querer cometer as maiores loucuras. Mas é isso que o amor é, certo? Uma loucura infernal que nos trás a maior felicidade interna de sempre. Um devaneio que nos desregula o coração, a mente, a alma e o corpo.
És o meu santuário. E algo sagrado nunca deve ser quebrado. E eu quebrei. Por te ter quebrado, sou agora pedaços de vidro no chão, corruptos de sangue.
Espero por perdão. Algo que mo dás, mas não verdadeiramente. Por isso te peço, aqui, que me perdoes. Que me deixes voltar ao que era. Que me permitas deixar de ser pedaços de vidro, para te concertar com o meu próprio sangue. Porque o amor é sangue. Corre por nós, chegando a cada célula do nosso corpo. E sem sangue não se vive. Sem amor não se vive. Sem ti, eu não vivo.
Amo-te.
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