o vento que sou...

Quando o vento sopra na direcção oposta à direcção que tomas, fazendo esvoaçar os teus cabelos, fazendo escorrer lágrimas pelas tuas faces rosadas, acariciando o teu rosto, sussurrando coisas imperceptíveis, causando-te arrepios, sente-o! Abraça-o como se de um velho amigo se tratasse. Pois se me amas, saberás que esse vento sou eu, que acaricia com amor a tua cara, que faz festas ao teu cabelo, fazendo-o esvoaçar, que te sussurra palavras de amor ao ouvido, que te faz arrepiar ao entrar dentro da tua pele. Abraça esse vento, como se de mim se tratasse. Pois esse vento, sou eu.

Alma que dança com o vento, qual bailarino com sua parceira. Alma que cavalga o vento, qual cavaleiro e seu cavalo. Alma imaculada que de tudo faz para completar a sua demanda: encontrar-te e acariciar-te.

Mas, atenção! Se me amas saberás que não sou vento qualquer. Nunca serei vento que te faz tremer de frio; Nunca serei vento que te faz recuar devido à força incontrolada; Nunca serei vento que te leva toda a chuva das nuvens negras e densas. Serei sempre o vento que, como uma leve brisa, te acaricia a cara, e te faz chorar, sem qualquer razão aparente, afastando cada medo, cada hesitação, cada receio, cada ânsia…

Esse sim, é o vento que sou.