Umas horas mais tarde, a mulher de longos cabelos e figura esbelta, fora ter mais uma vez ao quarto do filho, mas, desta vez, não se preocupou com o barulho.
Alexandre lia um dos seus inúmeros livros. Tinha uma estante que ocupava toda uma parede do quarto cheia de livros. Ao ver o seu filho tão estudioso e sossegado, não se conteve e libertou um sorriso enorme de orgulho.
- Meu amor. – tentou a mãe chamar a atenção do filho – Como já tens os teus dez anos, está na altura de te dar um voto de confiança. Achas que és capaz de lidar com a responsabilidade?
- Claro! O que se passa? – perguntou Alexandre.
- Eu e os teus irmãos temos que ir tratar de umas coisas da escola. E, como hoje é o teu dia, a madrinha não vem.
- A sério? Vou ficar sozinho? Completamente sozinho? – perguntava o menino de cabelos pretos à mãe.
- Sim, vais. Mas é para ter juízo!
- Tu sabes que o tenho sempre comigo.
- Claro que sim. – respondeu a mãe, penteando o seu filho mais novo. – É por isso que te deixo cá, por tua conta como um homenzinho.
Alexandre odiava quando a sua mãe o tratava como uma criança normal da idade dele. Ele possuía uma capacidade mental muito mais avançada que qualquer menino da sua idade, e a mãe sabia-o. No entanto, os pais não tinham estabilidade económica suficiente para o mandar para uma escola especial, onde provavelmente encontraria muitos amigos como ele, visto que ele nem sequer um amigo tinha.
- Agora, antes de ir, quais são as regras…? – dizia a mãe, agora com um ar sério.
- Não sair de casa, não abrir a porta a ninguém, atender o telefone apenas se foram vocês, não mexer nas coisas dos meus irmãos nem nas coisas da cozinha… Ah! E não ir ao sótão.
- Muito bem! Vá, amor. Porta-te bem.
Esta despediu-se com um carinhoso beijo na testa, abandonou o quarto e Alexandre correu para a janela para se despedir com um entusiástico aceno de mão. A mãe acenava com um aceno também este entusiástico. No entanto, o pai revirava os olhos novamente. Alexandre via a sua mãe refilar com o marido, mas continuava a acenar.
Assim que a carrinha do pai virou a curva ao fundo da rua, Alexandre voltou para a cama e continuou a ler o seu livro.
* * *
Já o sol se punha e nenhum sinal dos pais. Alexandre começava a ficar preocupado.
- Estou, mãe? – perguntava o rapaz com o telefone colado ao ouvido.
- Amor, nós estamos a chegar, vamos só fazer umas comprinhas para o teu aniversário, sim?
- Claro, mãe. Demorem o tempo que precisarem.
Ao desligar o telefone, um barulho de algo a partir quebrou o silêncio profundo a casa “abandonada”. O barulho vinha do andar de cima; do sótão.
A mãe disse para não ir…
Alexandre lutava contra a sua enorme curiosidade. Entretanto, mais barulhos vinham do mesmo sítio, e Alexandre lá se rendeu.
(Continua...)
NOOOO, meu Leo pandinha, tens de acabar isto muito fast LOL :b
ResponderEliminarestava bué consumida pela a história!
Agora quero mesmo ler até ao fim, eheh